12 de agosto de 2008

Sintetizando...

"A natureza criou o tapete sem fim que recobre a superfície da terra. Dentro da pelagem desse tapete vivem todos os animais, respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem."

Monteiro Lobato

O planeta agradece: Eficiência Energética...

Uma casa ecológica é uma casa saudável que respeita o ambiente e tira maior partido do que a natureza dá.

Por exemplo, uma casa com orientação a sul permite um maior aproveitamento da energia e luminosidade do sol. A escolha do isolamento térmico adequado é igualmente determinante, evitando perdas de calor no Inverno e ganhos de calor no Verão.

Hábitos de consumo e eletrodomésticos pouco eficientes são principais vilões do desperdício de energia...

Apesar de representarem problemas de segurança e funcionamento, instalações inadequadas ocasionam um desperdício de energia bem menor, quando comparado ao que resulta dos hábitos de consumo e de alguns tipos de iluminação e eletrodomésticos de baixa eficiência. Para estimar a perda média de energia ocasionada por incorreções em instalações residenciais, o engenheiro eletricista Ricardo Santos d’Avila reuniu em sua pesquisa dados disponibilizados por outros estudos e associações de fabricantes com resultados obtidos em experimentos realizados nos laboratórios da Seção Técnica de Altas Correntes do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP.

O cálculo foi feito considerando-se apartamentos de 50 até 100 metros quadrados que apresentassem inadequações em componentes das instalações (interruptores, plugues, tomadas, disjuntores e emendas) e na seção (calibre) do fio de cobre utilizado. A espessura do fio de cobre escolhido para uma instalação deve ser apropriada à corrente elétrica que vai passar por ele, como explica o engenheiro: “Fios de menor seção representam economia imediata, já que o cobre é um material caro, que vem sofrendo sucessivas altas de preço nos últimos anos. Apesar disso, fios muito finos usados para passagem de altas correntes ocasionam superaquecimento do material, o que pode trazer perda de energia e, principalmente, riscos à segurança”.

Veja a conclusão do estudo aqui.

Estrada verde terá pavimento que elimina poluentes emitidos pelos veículos...

Partindo de um material desenvolvido por pesquisadores japoneses, engenheiros holandeses estão criando a primeira "estrada verde", capaz de eliminar da atmosfera a poluição emitida pelos veículos que trafegam por ela.

Estrada verde

Uma pequena estrada na cidade de Hengelo, Holanda, será pavimentada com um concreto especial contendo um aditivo capaz de capturar as partículas de óxidos de nitrogênio emitidas pelos escapamentos dos carros e caminhões.

Mais conhecidos pela sigla NOx, os óxidos de nitrogênio estão entre os mais danosos gases poluentes emitidos na atmosfera, sendo os principais responsáveis pela chamada chuva ácida.

Concreto purificador de ar

O concreto purificador de ar recebe em sua formulação um aditivo à base de dióxido de titânio. Quando exposto à luz do Sol, o material reage com os óxidos de nitrogênio, transformando-os em nitratos, que são inofensivos ao meio ambiente. Basta uma chuva para que todo o pó inerte seja lavado e a estrada fique limpa de novo.

A estrada de Hengelo foi escolhida porque está sendo reconstruída e por causa da excelente qualidade do ar da região, que permitirá um acompanhamento preciso dos resultados obtidos com a pavimentação capaz de eliminar a poluição do ar. As obras deverão terminar até o final de 2008.

Fonte: Site Inovação Tecnológica através do Portal do Meio Ambiente.

UPDATE: Para mais informações, leia aqui a matéria original na página da University of Twente.

Cinco perguntas sobre inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE)...

Mônica Pinto / AmbienteBrasil

Quanto cada empresa, Estado ou Município está contribuindo para o aquecimento global, ao lançar na atmosfera gases causadores de efeito estufa (GEE)? Responder tecnicamente a essa pergunta é a proposta dos inventários de emissões, procedimento adotado hoje não só em algumas esferas do poder público – ainda que timidamente -, mas também por empresas que, na prática, contribuem para o meio ambiente e, em geral, conseguem reduzir seus custos operacionais.

AmbienteBrasil conversou sobre esse processo com Marcelo Theoto Rocha, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da Universidade de São Paulo (USP) e sócio da Fábrica Éthica Brasil - Consultoria em Sustentabilidade. Confira.

AmbienteBrasil - O que é um inventário de emissões?

Marcelo Theoto Rocha - É como se fosse uma fotografia da empresa, município, estado ou país sobre suas emissões de gases de efeito estufa (GEE). Ao "tirar a foto", escolhe-se o que irá aparecer, ou seja, quais as fontes de emissões que serão inventariadas, dentro do que chamamos limites organizacionais e operacionais. Escolhe-se também qual a "nitidez da fotografia", ou seja, como serão feitas as estimativas de emissões. Para tanto, deve-se seguir alguns princípios: transparência, completude, consistência, precisão e relevância.
Outra característica importante de um inventário de emissões é que ele é um processo contínuo, aonde as fotografias vão sendo tiradas ao longo dos anos, sempre buscando um aperfeiçoamento.

AmbienteBrasil - Quais as vantagens de uma empresa privada investir nesse levantamento?

Theoto - O inventário nada mais é do que uma ferramenta para a gestão das emissões de gases de efeito estufa, e como toda ferramenta deve ser utilizada dentro de uma estratégia corporativa de mudanças climáticas e sustentabilidade.
Ao realizar o inventário, a empresa tem a oportunidade de melhor conhecer o seus processos em termos de emissão e com isto identificar corretamente possibilidades de redução de emissão, algumas das quais poderão ser realizadas como atividades de projeto do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto.

AmbienteBrasil - Na esfera pública, Estados e Municípios têm sido sensíveis a essa proposta?

Theoto - Sim, vários Estados e Municípios estão pensando em realizar seus inventários de emissões. Nestes casos, é importante salientar que a realização do inventário deve servir para um propósito específico. Ter os dados de emissões simplesmente para tê-los não faz sentido algum. É preciso ter claro para que os dados servirão (ex: estabelecimento de uma política pública sobre emissões de GEE) e usar a experiência de se realizar um inventário como uma experiência contínua de aprendizado.

AmbienteBrasil - Há algum organismo que certifique os inventários de emissões realizados, seja pela iniciativa privada, seja pelo poder público?

Theoto - Os inventários podem seguir diferentes metodologias e/ou protocolos. Os protocolos mais conhecidos e respeitados são o GHG Protocol e a norma ISO 14064. Já em termos de metodologias, as mais conhecidas e respeitadas são do IPCC.
Ao seguir estes protocolos e metodologias, os inventários podem ser avaliados por empresas privadas independentes ("certificadoras") que poderão então atestar se o inventário foi feito de acordo com os protocolos e metodologias escolhidos. Este processo de "certificação", trata-se por enquanto de uma iniciativa voluntária, ou seja, não existe nenhuma obrigação legal por parte de quem realiza seu inventário de buscar tal atestado.
Dependendo da finalidade do inventário - por exemplo servir de base para uma política de comunicação -, recomenda-se que seja feita a avaliação independente.

AmbienteBrasil - Em termos ambientais, quais os ganhos proporcionados pelos inventários de emissões?

Theoto - Ao inventariar suas emissões, a empresa irá melhor conhecer seus impactos e com isto melhor desenhar uma estratégia de redução e compensação. Outros ganhos ambientais também podem ocorrer, tais como redução do consumo de matérias- primas, eficientização energética etc.

Fonte: Ambiente Brasil.

ONU planeja novas regras no MDL para diminuir especulação financeira...

As Nações Unidas querem fechar o cerco contra especuladores que tentam ganhar dinheiro com projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa que seriam lucrativos mesmo sem receberem créditos de carbono.

Uma proposta de novas regras contra esta especulação, divulgada ontem pelo Painel de Metodologias da ONU, sugere que futuros projetos mostrem que o corte de emissões são resultados diretos do projeto do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), demonstrando, por exemplo, que os empréstimos bancários foram realizados por causa das vendas de créditos.
O MDL foi criado pela ONU para promover os investimentos em projetos de mitigação de gases do efeito estufa (GEE) que não aconteceriam sem os recursos financeiros vindas das vendas dos créditos de carbono. Este quesito, juntamente com os benefícios para o desenvolvimento sustentável, deveria ser a principal exigência para receber a aprovação das Nações Unidas, o que é chamado de adicionalidade.

No entanto, as Nações Unidas têm recebido críticas constantes sobre a falta de adicionalidade em muitos projetos aprovados que seriam viáveis economicamente sem precisar receber créditos de carbono.

Tais críticas têm ameaçado impactar no preço dos créditos negociados no mercado de carbono do Protocolo de Quioto. Os oficiais políticos da União Européia inclusive já expressaram preocupações sobre a qualidade dos projetos.

Aterros Sanitários

“O foco primário deve ser explorar os tipos de atividades de projetos que são potencialmente muito lucrativos mesmo sem considerar os recursos adicionais do MDL”, disse o Painel em uma chamada pública para comentários. O documento está disponível na página http://cdm.unfccc.int/public_inputs/2008/cers_rev/index.html e comentários serão aceitos até o dia 3 de setembro.

A nova regra seria inicialmente aplicada para novas usinas de biomassa que utilizem lixo para gerar energia. Porém o Painel de Metodologias destaca que poderá estendê-la para outros projetos, dependendo dos setores e tecnologias empregadas.

Para comprovar as dificuldades de atrair investimentos sem o MDL, os desenvolvedores de projetos terão duas opções. A primeira é provar que a atividade é a primeira deste tipo na região ou país onde está sendo desenvolvido.

Outra possibilidade seria demonstrar que o MDL é a única saída para os responsáveis pelo projeto obterem recursos financeiros, pois não conseguiriam diminuir as barreiras que impedem a atração de investimentos.

A partir desta semana, desenvolvedores de projetos terão que informar ao ministro de meio ambiente local e à Convenção Quadro de Mudanças Climáticas da ONU (UNFCCC) o início de novos projetos de redução de emissões com seis meses de antecedência, em um passo que pode tornar mais difícil um forte enfoque do papel do MDL na decisão comercial do lançamento do projeto.

Este é mais uma decisão tomada pela UNFCCC para garantir a qualidade dos projetos. Recentemente, a instituição já havia tornado o processo de aprovação de projetos mais rígido, o que trouxe impactos negativos para algumas consultorias que gerenciam o desenvolvimento de projetos e fazem as negociações dos créditos.

Leia mais:

Fonte: Carbono Brasil.

Cidades e Soluções - Ecovilas...

Programa Cidades e Solução da Globonews especial sobre as ecovilas e suas diversas técnicas de construção. Veiculado em novembro de 2007. Para assistir, clique na imagem do vídeo abaixo que o conduzirá à página da Globo Vídeos e ao programa na íntegra.

Ecovilas...

Segundo Robert Gilman em “Ecovilas e Comunidades Sustentáveis”, ecovilas definem sustentabilidade, incorporando aspectos ambientais, sociais, econômicos e espirituais. Ecovila é uma comunidade de 50 a 2.000 pessoas, unidas por um propósito comum. Este propósito varia de local para local, mas usualmente é baseado numa visão ecológica, social e espiritual.

Um assentamento de proporções humanas, funcionalmente completo, onde as atividades do ser humano se integram inofensivamente ao mundo natural, de forma a ajudar o desenvolvimento saudável deste e poder perdurar por um futuro indefinido, fazendo com que, ao trabalhar com o simples princípio de não retirar da Terra mais do que devolvemos a ela, as ecovilas promovem, na prática, a possibilidade da existência sustentável das gerações futuras.

As necessidades e princípios de uma ecovila se fundamentam no planejamento ocupacional. Veja aqui uma síntese desses princípios. A tecnologia e engenharia, voltada para soluções sustentáveis, locais e integradas, tem um papel muito importante nas ecovilas, como pode ser visto na captação de água, no banheiro seco, nos ecotelhados ou em outras diversas técnicas. A integração com a natureza garante a continuidade da implantação.

Conheça aqui algumas experiências de ecovilas no Brasil ligadas a IPEMA - Instituto de Ecovilas e Permacultura da Mata Atlântica.

Ecovilas movem-se em direção à sustentabilidade, dando alta prioridade a:

  1. Produção local de alimentos orgânicos / biodinâmicos (influência do design da permacultura.)
  2. Utilização de sistemas de energias renováveis, cataventos, biodigestores, etc
  3. Construção ecológica, tijolos de solocimento, bambu etc
  4. Criação de esquemas de apoio social e familiar, incluindo diversidade cultural e celebrações, danças circulares, etc
  5. Experiência com novos processos de tomada de decisão, utilizando técnicas de democracia profunda e facilitação de conflitos
  6. Economia auto-sustentável, baseada nos conceitos de localização e simplicidade voluntária
  7. Saúde integrada
  8. Educação holística baseada na percepção sistêmica

Fonte: Vamos criar uma ecovila? e Wikipedia.

A Terceira Grande Transição - da era petrolífera para a biocivilização...

Vistos com uma ampla perspectiva, o encarecimento do petróleo e a recuperação dos preços dos alimentos se mostrarão positivos se nos ajudarem a nos libertarmos da dependência do petróleo e a melhorar a vida dos pequenos agricultores em lugar de beneficiar as multinacionais da alimentação. A análise é de Ignacy Sachs.

PARIS – A prolongada evolução conjunta do gênero humano e da biosfera foi marcada no passado por duas grandes transições. A primeira, ao passar da coleta e da caça para a agricultura e criação de animais, ocorreu muitos milhares de anos atrás. A segunda, a era dos abundantes e baratos combustíveis de origem fóssil (carvão, petróleo e gás) começou há poucos séculos. Agora estamos no umbral da terceira grande transição, que deixará para trás a era do petróleo e, esperamos, de toda a energia de origem fóssil. A transição levará décadas, mas, segundo muitos indícios, já começou, empurrada pela alta espetacular dos preços do petróleo e pela recuperação dos preços dos alimentos.

Quando analisarem os acontecimentos de nosso tempo, os futuros historiadores verão a era da “energia fóssil” como um breve, mas acidentado, interlúdio que provocou um grande aumento da população mundial. Agora somos 6,7 bilhões de habitantes, e estima-se que seremos 9 bilhões em meados deste século, com a maioria da humanidade vivendo em áreas urbanas. Mas, apresentam-se dois grandes e iminentes desafios: o de uma potencialmente catastrófica mudança climática e o dilema de uma abismal desigualdade social, de mãos dadas com um crônico e severo déficit de oportunidades para a obtenção de trabalho decente.

Para evitar o aquecimento do clima, devido às excessivas emissões de gases causadores do efeito estufa, devemos modificar drasticamente nossas pautas de uso da energia. Para conseguirmos isso são necessárias três coisas: redução do consumo de energia por meio de uma mudança nos padrões de consumo e de estilos de vida; melhoria da eficiência energética; substituição dos combustíveis fósseis pelas diferentes energias renováveis (solar, eólica, hidráulica, marinha e biomassa).

Ao mesmo tempo, devemos reabrir a discussão sobre um novo ciclo de desenvolvimento rural para evitar o beco sem saída da excessiva e prematura urbanização, como aponta Mike Davis em seu livro “Planeta de bairros marginalizados”. É fundamental criar oportunidades de trabalho decente para bilhões de pobres das áreas rurais.

Estes objetivos podem ser conciliados mediante a promoção de modernas biocivilizações que sejam baseadas na energia solar aproveitada através da fotossíntese e que explorem os múltiplos usos da biomassa (alimento para seres humanos, forragem para animais, fertilizantes orgânicos, bioenergias, materiais de construção, fibras, plástico e outros produtos de química orgânica elaborados por bio-refinarias, indústrias farmacêuticas e de cosméticos). Os biocombustíveis são apenas um segmento de um todo mais amplo. Todas as grandes civilizações da antiguidade foram “civilisations du vegetal” (Pierre Gourou). As civilizações que virão serão diferentes das antigas, já que a humanidade se encontra em um novo e superior ponto da espiral do conhecimento. Deste modo, as modernas biocivilizações não devem ser vistas de modo algum como uma regressão, mas como um salto para o futuro.

Para envolver os pequenos proprietários rurais na produção sustentável e no processamento de biomassa, deveremos recorrer a tecnologias que impliquem conhecimentos e trabalho intensivos e, ao mesmo tempo, economia de recursos. As soluções virão de sistemas integrados de produção de alimentos/energia agro-ecológicos adaptados aos diferentes biomas e realizados com os princípios da “revolução sempre verde”, segundo as palavras de M. S. Swarninathan, também conhecidos como os da revolução duplamente verde. Trata-se de um difícil desafio, já que se pretende transformar as ameaçadoras crises dos alimentos e da energia em uma oportunidade para avançar para civilizações mais justas e sustentáveis.

Vistos com uma ampla perspectiva, o encarecimento do petróleo e a recuperação dos preços dos alimentos se mostrarão positivos se nos ajudarem a nos libertarmos da dependência do petróleo e a melhorar a vida dos pequenos agricultores em lugar de beneficiar as multinacionais da alimentação. Naturalmente, neste momento são necessárias medidas urgentes para ajudar os pobres urbanos afetados pelo atual encarecimento dos alimentos. As apostas são altas, mas o resultado está longe de ser garantido. Os capitalistas de risco são rápidos para aproveitar as ocasiões para fazer dinheiro com as novas tecnologias para produzir energia que estão surgindo graças ao petróleo caro e para explorá-las sem transformação séria do tecido social e econômico.

O começo da terceira grande transição coincide com o esgotamento dos mais importantes modelos de desenvolvimento, que dominaram o cenário desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O comunismo se desmoronou com a queda do Muro de Berlim. O reformado capitalismo do pós-guerra deu lugar ao neoliberalismo. Mas, para alguns observadores, a recente crise financeira anuncia o início do fim do neoliberalismo. Por sua vez, a social-democracia está presa na situação de “sim à economia de mercado, não à sociedade de mercado”. É por isso que, condenada a inventar novos modelos, a próxima geração se dirigirá a inexplorados e excitantes territórios.

Uma coisa é certa: a emergência de biocivilizações, quando ocorrer, mudará a geopolítica mundial, pois favorecerá os países tropicais, qualificados por Pierre Gourou como “Terras da boa esperança”. Tanto mais se esses países conseguirem ampliar a vantagem que lhes dá o clima natural por meio da pesquisa, uma apropriada organização de sua produção e um efetivo desenvolvimento da cooperação Sul-Sul.

Ignacy Sachs é professor honorário na Escola de Altos Estudos em Ciência Sociais de Paris e na Universidade de São Paulo. Seu último livro é La troisième rive — à la recherche de l’ècodéveloppement (Paris, 2008).

Fonte: Portal do Meio Ambiente.

10 de agosto de 2008

Paredes, pedras e sustentabilidade Inca...

Andei afastado do Progresso Verde durante esses últimos dias, o que deixou o blog sem atualizações. Estava viajando e agora me atualizo do que está rolando com relação ao tema do Progresso para “rotear” informações por aqui.

Durante o período, visitei nosso vizinho Peru, um País com uma potencialidade turística tão grande quanto o explendor do império Inca. Na região da atual província de Cusco (incluindo a própria cidade de Cusco e Machu Picchu), onde se centralizava o império, transparece um exemplo de integração com a natureza e seus recursos mostrada pelo povo pré-colombiano.

Terraços em Pisac, Peru. Foto: Jeison T.Alflen.Terraços em Machu Picchu, Peru. Foto: Jeison T.Alflen.

E não se resume somente nos famosos terraços, que, seguindo as curvas de nível, serviam para conservação do solo em atividades de agricultura e contenção de encostas, mas também pelo planejamento das suas cidades (que hoje seriam chamadas “sustentáveis”) e outras aplicações da engenharia em diversas construções onde nota-se a vocação de trabalhar em conjunto com o meio ambiente, como se observa nas fotos abaixo, onde as pedras trabalhadas interagem completamente com as pedras originais.

Ruínas em Pisac, Peru. Foto: Jeison T.Alflen.Ruínas em Machu Picchu, Peru. Foto: Jeison T.Alflen.
Ruínas em Oyataintambo, Peru. Foto: Jeison T.Alflen.

Mais do que isso, apresentavam forma de trabalho comunitária e usavam banheiro seco. As cidadelas possuíam sistemas de abastecimento de água, irrigação e saneamento. As paredes das casas tinham isolamento térmico. As cidades foram construídas para durarem uma eternidade e é essa a intenção que sugiro tragamos para o dia a dia juntamente com os princípios de planejamento, engenharia, integração e conhecimento presentes até hoje nas ruínas.

Para quem se interessar, fiz um pacote com fotos que tirei lá no Peru de paredes inca, como a da foto abaixo: a famosa pedra dos 12 ângulos de Cusco. Completam o arquivo imagens de paredes das ruínas de Qoricancha, Sacsayhuaman, Oyantaytambo, Pisac e, claro, Machu Picchu. Para fazer o download, clique aqui ou aqui.

Pedra dos 12 ângulos em Cusco, Peru. Foto: Jeison T.Alflen.

Desta forma, retorno às postagens habituais, informando que termino esta semana meu projeto de pesquisa em Avoided Deflorestation, o que gerará, sem dúvida, postagens sobre desmatamento evitado para geração de créditos de carbono.

Fuerza!

UPDATE: o SBT apresentou hoje (11/08) uma matéria muito boa sobre o Peru. Leia aqui e aqui mais sotre a engenharia Inca.

UPDATE 2: para quem quiser saber mais sobre a viagem ou deseja informações para seguir o mesmo trajeto, relatei minha jornada no fórum Mochileiros. Só clicar ai: Cusco via Acre - 100% terrestre (julho 2008).