7 de outubro de 2008

Líderes indígenas prevêem "um desastre" criado pelo comércio de carbono...

Cocar (aldeia Gavião em RO). Foto: Jeison T. Alflen.
Enquanto as nações ricas se preparam para aumentar a escala dos recursos destinados a esforços conservacionistas em países ricos em florestas mas com baixa renda, um grupo de líderes de florestas tropicais e de especialistas conservacionistas alerta para o fato de que os mais de um bilhão de habitantes carentes do planeta que dependem da floresta enfrentarão uma devastação econômica e cultural se os esforços para reduzir a emissão de gases de efeito estufa não conseguirem atender suas preocupações.

Reunidos pela Aliança Amazônica e o Programa Povos da Floresta, as lideranças florestais de cinco países amazônicos, bem como da República Democrática do Congo e da Indonésia, reuniram-se aqui durante o Congresso Mundial da Natureza, organizado pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), para reivindicar um papel mais relevante na decisão dos termos do mecanismo de financiamento das mudanças climáticas que está sendo desenhado pelos países doadores. Os líderes disseram que este mecanismo – conhecido como Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) – pode minar os direitos à terra que estão sendo reivindicados pelas comunidades de floresta em todo o mundo em desenvolvimento.

"Já estamos enfrentando uma pressão crescente por parte das mudanças climáticas, dos conservacionistas que nos querem impedir de utilizar nossas terras na floresta para fins econômicos e das empresas que detêm concessões governamentais para extrair minério, água e biocombustíveis das terras que são nossas há gerações", disse Tony James, da Guiana, Presidente da Associação dos Povos Ameríndios. "Cada vez mais se ouve falar a respeito do comércio de carbono, mas os povos indígenas não estão sendo incluídos nas discussões. Queremos saber: quem será o dono do carbono? Que impacto isto terá sobre nós?"

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