Em países onde há erupções vulcânicas, o uso dos gêiseres para movimentar geradores já é prática comum. Agora, cientistas desenvolvem mecanismos para trazer calor à superfície em qualquer lugar do planeta, imitando de forma artificial e controlada o funcionamento dos vulcões. Esse método é conhecido como Sistema de Engenharia Geotermal (EGS, sigla em inglês).
A idéia consiste em abrir buracos paralelos no solo, com alguns metros de distância entre eles, e continuar cavando até que se encontre rocha quente o suficiente (algo em torno de 200ºC). Em seguida, bombeia-se água fria em uma das aberturas para que saia pelo outro lado a uma temperatura elevada. A água superaquecida transforma-se em vapor, que pode ser utilizado para mover geradores e produzir energia elétrica.
A região de Soultz-sous-Forêt, a 50 quilômetros de Estrasburgo, na fronteira entre a França e a Alemanha, conta, desde junho, com uma central experimental para produzir 1,5 megawatt de energia. Os pesquisadores dos dois países têm utilizado o método para realizar experimentos na região da Alsácia. Eles fazem perfurações que chegam a 5 mil metros de profundidade e produzem gêiseres artificiais com capacidade de jorrar 100 litros por segundo. Ao chegar à superfície com uma temperatura de 163°C, a água injetada é suficiente para alimentar duas turbinas, cada uma com 25 megawatts.
Falta percepção
O pesquisador do Instituto Tecnológico de Massachusetts, Jefferson Tester, acredita que essa fonte de energia tem sido negligenciada porque é invisível. “Todos são capazes de sentir o vento ou o sol, mas poucos notam que o interior da Terra é quente, por isso ninguém pensa em escavar para buscar esse calor”.
Ele acredita que um investimento de cerca de 1 bilhão de dólares em projetos de demonstração nos próximos 15 anos poderiam mudar essa situação. “Isso forneceria informação suficiente para permitir que EGSs de 100 gigawatts fossem criados na América até 2050, a um preço comercialmente aceitável”, defende.
Os estudos realizados na Europa já indicam que as perspectivas são estimulantes. A tecnologia empregada permite escavar em profundidades cada vez maiores e com turbinas mais eficientes. Cálculos mostram que a 40 quilômetros de profundidade será possível aquecer água a 1.000°C.
Apesar disso, extrair energia do subterrâneo nem sempre foi tão fácil. Até a invenção do EGS, o campo era conhecido como “energia geotérmica de rocha seca quente”. Para extrair o calor de rochas impermeáveis como o granito, cuja a secura aumenta a capacidade de aquecimento, é preciso torná-las permeáveis – por isso a palavra “engenharia” foi incluída no novo nome do processo. Parte do bilhão de dólares proposto por Tester seria utilizado para descobrir como escavar esse tipo de rocha de maneira mais barata e eficiente.
Além do custo de exploração, outro problema para tornar a energia geotérmica viável é o possível risco de terremotos. Os micro-sismos revelaram-se os maiores empecilhos técnicos nas experiências realizadas na Alsácia. As pesquisas ainda precisam ser desenvolvidas a ponto de evitar que injeções de água em baixa temperatura não causem rachaduras na camada de rochas aquecidas.
* Com informações de The Economist.
Fonte: Carbono Brasil.
2 comentários:
Boa noite, essa energia ate pouco tempo era desconhecida por mim, mas estou fazendo um trabalho sobre essa energia e achei um super barato, pois descobre que essa é a energia do Futuro...
Boa Noite,
Estou a fazer um trabalho sobre este tipo de energia e, como já foi dito, temos aqui a Energia do Futuro.
Quero desde já dar os parabéns pelo Post
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