Os estudos estão sendo realizados pelos professores Celso Luiz Silva, Jorge Hamada e Nariaqui Cavaguti. Este último é especialista na área de compostagem. Silva, que é professor do curso de engenharia mecânica da Unesp, lembra que os estudos estão bastante adiantados e, possivelmente, uma primeira versão do projeto será concluída no próximo mês.
“O objetivo é organizar e apresentar um projeto exeqüível de compostagem para matéria orgânica. Porque
De acordo com o professor, atualmente o município já separa os materiais recicláveis, mas a maior parte do lixo, no entanto, acaba indo parar no aterro sanitário. Dessa forma, o estudo que está sendo realizado pelos três professores visa criar condições para aproveitar também o lixo composto para fins de adubação. “O que nós resolvemos é organizar como é que seria a rota do material depois que passa pela triagem para realmente ter uma eficiência máxima em termos do processo de compostagem”, diz Silva.
“Como resultado deste processo, nós temos um composto que tem qualidades, principalmente, para adubação. A idéia é destiná-lo para toda parte de adubação das plantas, dos viveiros municipais e praças. E ainda tem uma quantidade que está sendo oferecida para parceiros da prefeitura”, detalha.
O professor evita falar em números, mas a expectativa é de que possa ser gerado até cinco toneladas/dia de adubo a partir do aproveitamento dos resíduos sólidos urbano de Lençóis Paulista. Ele ressalta que a prefeitura terá de investir na adequação do pátio, onde atualmente o lixo coletado é depositado. “Vamos tentar fazer o melhor com o menor custo. A idéia é aproveitar a área que já tem. Vai ter que dar uma arrumada, claro, mas é suficiente em termos de área”, garante.
Créditos de carbono
O segundo ponto do projeto, segundo o professor Celso Luiz Silva, é pleitear os créditos de carbono para o município de Lençóis Paulista a partir do projeto que será desenvolvido pelo grupo de professores. Créditos de carbono são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa. Eles criam um mercado para a redução desses gases dando um valor monetário a poluição.
“Implantando o projeto de uma maneira técnico científica adequada, nós teríamos condições de pleitear os créditos desde que o composto resultante tenha uma destinação. É uma das condições”, confirma. O professor lembra que já está sendo preenchido o formulário que pleiteia os créditos de carbono e que o documento será encaminhado, pela Prefeitura de Lençóis Paulista, para o Ministério da Ciência e Tecnologia. “Estamos trabalhando em cima deste documento”, revela.
Acordos internacionais, como o Protocolo de Quioto, determinam uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir gases que comprometam ainda mais o efeito estufa. Os países por sua vez criam leis que restrigem as emissões de gases. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono.
Davi Venturino
Fonte: Jornal da Cidade/Bauru
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