20 de março de 2008

Ecosecurities erra nas previsões, mas mantém otimismo sobre o processo de aprovação do MDL...

Nesta quinta-feira (13), uma das maiores empresas desenvolvedoras de projetos de carbono do mundo, a Ecosecurities, anunciou uma perda maior do que a esperada em 2007, derrubando em 18% as suas ações. Mas a empresa sediada na Inglaterra disse que a maioria dos problemas são relacionados à aprovação dos projetos pela ONU.

A Ecosecurities prevê “lucros significativos” em 2009, sendo que 2008 será um ano de transição com ganhos financeiros reduzidos; afirma o representante financeiro James Thompson.

A empresa publicou uma perda anual de 43,3 milhões de euros, comparados com os 27,6 milhões esperados pelo analista da KBC Peel Hunt, Andrew Shepherd-Barron.

“O processo para passar através do ciclo de registro no MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) continua muito lento", explica o chefe executivo Bruce Usher. “Apesar da percentagem de projetos retirados para revisão pelo comitê executivo do MDL não ter mudado, nosso desempenho está muito melhor do que a média”, completa.

A Ecosecurities tem tido a maior proporção de projetos aprovados pelo secretariado de mudanças climáticas da ONU desde o alerta sobre seus lucros em novembro, diz Usher, pois a companhia está “priorizando agressivamente” a submissão de projetos de maior valor.

As negociações de compensações de emissão sob o Protocolo de Kyoto têm atraído empresas como a Ecosecurities, que vendem os créditos (chamados RCEs - Redução Certificada de Emissões) para companhias e governos em um mercado secundário equivalente a cerca de 12 bilhões de euros no ano passado.

A empresa perdeu 9,2 milhões de euros em 2005 devido a um contrato que envolvia 900 mil RCEs, cuja entrega a uma empresa das Ilhas Mauritius não foi possível devido a razões técnicas. Os créditos continuam nos livros da Ecosecurities e a empresa espera vendê-los por um preço maior no futuro.

A Ecosecurities possui um portfólio com 400 projetos, que devem entregar reduções de 130 milhões de toneladas de dióxido de carbono até 2012. Cerca de 100 destes projetos já estão registrados e geram créditos sob o MDL.

Além disso, a empresa possui cerca de 837 mil RCEs negociadas a aproximadamente 16 euros a tonelada no mercado secundário, segundo o Index MDL da Reuters.

Por Chris Wills e Michael Szabo/Traduzido por Fernanda Muller, CarbonoBrasil.

Fonte: Reuters

O mercado de carbono está em polvorosa. Leia também o anúncio da Ecosecurities e Credit Suisse sobre a compra de 1,6 milhões de créditos, o novo produto para garantir créditos de carbono do Banco Mundial e o planejamento da Bolsa de Montreal em lançar transações de carbono até 30 de maio.


Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria de saber como a usina de biodisel da Petrobras em Montes Claros, Minas Gerais, pode gerar créditos de carbono e distribui-los aos pequenos produtores que produzem a matéria prima para o abastecimento da referida unidade de produçao de biodiesel?