26 de maio de 2008

Futuro movido à energia solar...

Utilizar energia solar é imitar a natureza. Mesmo considerando que a matriz energética do Brasil é uma das mais limpas do planeta, devido à tecnologia hidrelétrica, o país tem muito a contribuir para a energia solar que está em voga no mundo inteiro.

Paradoxalmente, aqui a energia hidrelétrica é um dos limitantes para utilização da tecnologia. Apesar do grande potencial que tem para desenvolver a energia solar, o Brasil ainda utiliza muito pouco essa alternativa, por causa dos altos custos. Segundo o coordenador do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica, Hamilton Moss, enquanto o megawatt-hora da energia solar custa em torno de R$ 600, o megawatt-hora da Usina Hidrelétrica de Jirau foi leiloado semana passada (19) por R$ 71,40. “É muito difícil competir com fonte hidráulica”, disse. Atualmente, são gerados 20 megawatts de potência em todo o país com energia solar. Para se ter uma idéia, só na Usina Hidrelétrica de Itaipu são gerados 14 mil megawatts. Leia a matéria completa aqui.

Mesmo assim, aquecedores solares economizaram em 2007 energia suficiente para abastecer 350 mil domicílios no Brasil. Segundo pesquisa realizada durante a reunião da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC) em Bali, que procurou avaliar as tecnologias disponíveis que inspiram mais confiança em sua capacidade de combater o aquecimento global, a solução com maior índice de aprovação na pesquisa foi o uso de energia solar para aquecimento de água (74%). A IUCN ouviu mil integrantes de governos, de organizações não governamentais e do setor industrial de 105 países." Os dados da pesquisa só comprovam a grande importância do aquecimento solar para o desenvolvimento mundial" , comenta Délcio Rodrigues, coordenador da iniciativa brasileira das Cidades Solares. Mais aqui.

A riqueza de recursos naturais no Brasil pode, inclusive, fazer do país um grande exportador de painéis solares. É o que acredita Hamilton Moss, do Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (Cepel) . Segundo ele, o grande gargalo da indústria de painéis solares atualmente é o fornecimento de silício, matéria-prima utilizada na fabricação das placas. “O Brasil é o maior produtor mundial de silício; o país tem chances de ser um grande exportador de painéis”, acredita Moss. Veja mais informações.

A tecnologia para captação da radiação solar é um dos limitantes ao emprego mais usual da energia solar. Já falei aqui da nanotecnologia aplicada a tecnologia solar. Pesquisadores da Califórnia desenvolveram uma forma de tornar a energia solar até 20 vezes mais barata. O projeto, que teve apoio do governo americano, deve provocar mudanças na arquitetura do futuro. Quando os arquitetos projetarem casas e edifícios no futuro, poderão trocar telhas de barro ou cerâmica por telhas solares. Janelas de madeira por janelas solares. E, em vez de pintar as paredes com cores claras, poderão usar esse líquido cinzento, a tinta solar. Genial.

Para se ter uma idéia do potencial da energia solar para o futuro se prevê que ela atrairá mais de US$ 85 bi em investimentos. Um exemplo: o Google Inc., a Chevron Corp. e o Goldman Sachs Group Inc. estão apostando que este tipo de energia vai se tornar mais barata que o carvão. A sociedade mantém um usina que usa luz solar concentrada para gerar energia para até 112.500 residências no sul da Califórnia. A alta dos preços de gás e os limites às emissões de dióxido de carbono podem transformar a energia termossolar na fonte de combustível de crescimento mais rápido na próxima década, dizem pessoas que apóiam o projeto, entre eles Vinod Khosla, fundador da fabricante de computadores Sun Microsystems Inc. Leia a notícia na íntegra aqui.

Um comentário:

landrade disse...

Lamentavelmente o setor de construção civil no país não considera a adoção de aquecimento solar como uma alternativa de apoio aos demais tipos de aquecimento (gás, óleo, elétrico). Acredito que somente com incentivo fiscal do governo esta alternativa energética passe a ser efetivamente considerada com significativas vantagens para os consumidores e principalmente para o meio ambiente.