17 de novembro de 2007

MDL - Parte 3...

Amanhecer na REBIO Jaru. Foto: Jeison T. Alflen

ESTRUTURA DO MDL

Como vimos na parte 2, países em desenvolvimento (Partes Não Anexo I) podem implementar projetos que contribuam para o desenvolvimento sustentável e que apresentam uma redução ou captura de emissões de gases causadores do efeito estufa, obtendo Reduções Certificadas de Emissões (RCEs, ou na sigla em inglês, CERs).

Os RCEs emitidos pelo Conselho Executivo do MDL, podem ser negociados no mercado global. Como os países industrializados (Partes Anexo I) possuem cotas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa, estes podem adquirir os RCEs de desenvolvedores de projetos em países em desenvolvimento para auxiliar no cumprimento de suas metas.

O MDL visa o alcance do desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento (país anfitrião), a partir da implantação de tecnologias mais limpas nestes países, e a contribuição para que os países do Anexo I cumpram suas reduções de emissão.

Os projetos de MDL podem ser baseados em fontes renováveis e alternativas de energia, eficiência e conservação de energia ou reflorestamento. Existem regras claras e rígidas para aprovação de projetos no âmbito do MDL. Estes projetos devem utilizar metodologias aprovadas, devem ser validados e verificados por Entidades Operacionais Designadas (EODs), e devem ser aprovados e registrados pelo Conselho Executivo do MDL. Os projetos devem ser aprovados pelo governo do país anfitrião através da Autoridade Nacional Designada (AND), assim como pelo governo do país que comprará os CERs. No Brasil, a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, estabelecida em 1999, atua como AND Brasileira.

O primeiro projeto de MDL, aprovado pela ONU, no Mundo, foi o do aterro sanitário de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, que utiliza tecnologias bem precisas de engenharia sanitária, tendo os créditos de carbono sido negociados diretamente com os Países Baixos.

Categorias de projetos MDL

O Conselho Executivo (CE) do MDL numerou os seguintes setores onde projetos MDL podem ser desenvolvidos. O CE-MDL baseou-se no Anexo A do Protocolo de Quioto para elaboração da mesma. Uma atividade de projeto MDL pode estar relacionada a mais de um setor.

Setor 1: Geração de energia (renovável e não-renovável)

Setor 2: Distribuição de energia

Setor 3: Demanda de energia (projetos de eficiência e conservação de energia)

Setor 4: Indústrias de produção

Setor 5: Indústrias químicas

Setor 6: Construção

Setor 7: Transporte

Setor 8: Mineração e produção de minerais

Setor 9: Produção de metais

Setor 10: Emissões de gases fugitivos de combustíveis

Setor 11: Emisões de gases fugitivos na produção e consumo de halocarbonos e hexafluorido de enxofre

Setor 12: Uso de solventes

Setor 13: Gestão e tratamento de resíduos

Setor 14: Reflorestamento e florestamento

Setor 15: Agricultura

Etapas dos projetos MDL

  • Concepção do projeto (preparo da Nota de Idéia do Projeto)
  • Preparo do documento de concepção do projeto (DCP)
  • Validação
  • Obtenção da aprovação do país anfitrião
  • Registro
  • Implementação do projeto
  • Monitoramento
  • Verificação e certificação
  • Emissão dos RCEs (créditos de carbono)

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