O autor coloca que tendo em vista a importância dos produtos florestais não madeireiros e os riscos associados com o aumento de sua escala de produção, passando do uso de subsistência para uma escala comercial, torna-se fundamental o seu manejo, objetivando o controle e a diminuição do impacto de sua extração/coleta sobre a floresta e sobre as populações.
O manejo é importante também porque:
- Mantém a floresta em pé e praticamente sem alterações, pois não envolve a morte de seus componentes (no caso de manejo sem supressão de indivíduos) – promovendo a manutenção não só de sua estrutura e funções ecológicas, como também a integralidade de sua biodiversidade;
- É uma alternativa de desenvolvimento com bases realmente sustentáveis para áreas onde ainda haja florestas;
- É uma forma de tornar a floresta rentável e valorizá-la ainda mais por isso;
- É uma maneira de mostrar que as riquezas da floresta são capazes de gerar riquezas monetárias, configurando a atividade de manejo de PFNMs como um contraponto aos modelos vigentes de geração de divisas a partir do uso de recursos naturais na Amazônia – uma oposição, especialmente, à expansão da fronteira agropecuária e às atividades que promovem a emissão de gases que ampliam o efeito estufa e promovem o aquecimento global;
- É uma atividade que valoriza e garante a continuidade de padrões culturais de povos e comunidades amazônicas;
- É uma boa opção para complementar a renda familiar, aumentando o bem estar de povos e comunidades da floresta – considerando-se as espécies que têm mercado estabelecido ou em expansão;
- É uma alternativa econômica que pode diminuir o êxodo rural e as taxas de desmatamento;
- Pode gerar produtos de qualidade e exóticos, alguns deles com propriedades únicas e já com boa aceitação de mercado;
- Em boa parte dos casos os produtos podem ser manejados de forma simples, alguns dentro das próprias práticas de extrativismo que os povos e comunidades já conduzem;
- Promove a sistematização de conhecimentos tradicionais, explicitando-os e valorizando-os dentro e fora dos povos e comunidades florestais;
- É uma maneira de garantir que as futuras gerações possam também se beneficiar dos mesmos recursos não madeireiros;
- É uma forma de acompanhar ou monitorar fatores relacionados com a sustentabilidade ambiental, social, cultural e econômica da atividade;
- Possibilita um trabalho mais organizado e com menor risco de acidentes;
- É uma oportunidade de aprender mais sobre a floresta e suas espécies – muitas delas ainda pouco conhecidas;
- Possibilita que grupos comunitários se capacitem e estejam socialmente organizados para assumir integralmente a atividade, autogerindo-se.
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