O desmatamento é relativamente recente na história amazônica. Foi impulsionado a partir da década de 70 pelo governo federal por meio de incentivos para a ocupação da região. Passou de 0,5% do território da floresta original, em 1975, para quase 18% — ou mais de 740 mil quilômetros quadrados — até 2007, área equivalente à soma dos estados de Minas Gerais e Paraná. Além disso, da floresta remanescente estima-se que cerca de um terço já tenha sofrido algum tipo de pressão, como exploração madeireira predatória e incêndios. Isso significa que a situação é muito mais crítica do que sugerem os dados do desmatamento recém-divulgados.
Por que o desmatamento persiste na Amazônia? A explicação mais plausível é que ele gera benefícios econômicos e políticos para segmentos que lá atuam. O Imazon chama isso de padrão “boom-colapso”: nas novas áreas desmatadas (municípios de fronteira), ocorre rápido e efêmero crescimento na renda e no emprego, porém com altos custos em termos de violência rural e degradação ambiental. A médio prazo, em geral após uma década, os indicadores socioeconômicos pioram e esses municípios entram em colapso social, econômico e ambiental. É o pior dos mundos — natureza destruída e manutenção ou agravamento da pobreza.
Leia aqui todo o artigo de Adalberto Veríssimo.
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