19 de junho de 2008

É possível “salvar” a Amazônia?

José Goldemberg

Há 10 mil anos as florestas cobriam uma área de quase 50 milhões de quilômetros quadrados da superfície da Terra, seis vezes maior do que todo o Brasil. Com o avanço da civilização, cerca de 10 milhões desses quilômetros quadrados foram derrubados e transformados em áreas dedicadas à agricultura, principalmente na Europa, na América do Norte, bem como em áreas com florestas de clima temperado ou boreal.

Nessas regiões o desmatamento cessou há mais de cem anos e muitas áreas foram reflorestadas, como, aliás, é o caso da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, que fora substituída, na primeira metade do século 19, por plantações de café, sendo a madeira utilizada para lenha e carvão.

O que está ocorrendo hoje é a derrubada de florestas tropicais - que até meados do século 20 tinha sido pequena -, principalmente na Indonésia, no Brasil, na Malásia, na Tailândia e em países da África. Cerca de 100 mil quilômetros quadrados por ano dessas florestas estão sendo transformados em áreas dedicadas à agricultura ou a pastagens, quase 20% dos quais no Brasil, principalmente na Amazônia.

A expansão da fronteira agrícola nas florestas tropicais não está ocorrendo por acaso, mas é o resultado de forças econômicas consideráveis, que tentam responder à demanda crescente por alimentos no mundo e ao comércio ilegal de madeiras nobres.

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